sexta-feira, 27 de abril de 2012



graduações do Tuchy-Foashy seguem uma linha de treinamento, a ordem não pode ser pulada nem alterada, pois isso prejudicaria a formação de um Mestre.


Quando o nosso grão-mestre Marcos Antonio começou a ensinar o tuchy-foashy ele teve que desenvolver uma técnica de treinamento, pois quando treinava com seu mestre, treinava mais de oito horas por dia. Os treinamentos era maiores pois tinha tempo para concluí-los, não existiam faixas das graduações, era de acordo com desenvolvimento do praticante. Por ter bastante tempo, as cobranças eram maiores, não existiam pré-exames, revisões de estilos nem datas de exames. Então ele teve que adaptar os treinamentos de templo para academia, introduzindo faixas e dividindo treinamento por partes que desse para fazer em duas horas de treinamentos por dia. Esses métodos de treinamento tiveram início na década de 80, claro que houve algumas modificações, mas nada que alterasse o tuchy–foashy da sua forma original.

    Uma imagem vale mais que mil palavras!!!       
                                
                        






 Há quase trinta anos muitos alunos praticaram e praticam o TuchyFoashy no Brasil...


Não temos fotos de todos que treinavam ou treinam mas temos boas lembranças de cada dia de treinamento e de cada um que faz ou um dia já fez parte do Tuchy-Foashy... Todos aprendemos grandes lições, que levaremos para o
resto de nossas vidas! 

Alguns negarão do fundo da alma, mas lá no fundo aprendeu de uma forma ou de outra, o que é honra, disciplina, respeito as pessoas e a si mesmo e a natureza.

Aprendeu uma arte  marcial verdadeira!

quarta-feira, 25 de abril de 2012


                    A  lenda  do Tuchy Foashy


   A lenda do Tuchy- Foashy, como a maioria das histórias antigas das origens das artes marciais no mundo, se confunde  entre  fantasia e realidade. Não sabemos realmente como aconteceu sua origem, mas passamos para nossos praticantes a historia que é passada por gerações pelos descendentes e discípulos de Tuang-Shu.


Faremos um breve resumo da história, para o melhor entendimento das pessoas que foram induzidas por pessoas, que usam da desonestidade intelectual, ou ate mesmo demonstram uma ignorância visível sobre artes marciais, tanto da forma teórica quanto da pratica, claramente essas pessoas tem uma uma preocupação pessoal, e uma visível intenção de prejudicar, eliminar a concorrência de forma covarde, desonesta e desonrosa, que não condiz com a filosofia das artes marciais, tentam desesperadamente passar uma imagem errada do Tuchy-Foashy e de seus praticantes.

 Tentam de maneiras sujas e até infantis, desmoralizar, zombar, ridicularizar fazer ataques pessoas, desferindo mentiras e fazendo provocações, e mesmo assim são incapaz de questionar e comprovar a ineficiência do treino e das técnicas do Tuchy- Foashy, que seria muito simples, fácil de comprovar mas seria uma faca de dois gumes para os questionadores, né?  

Então é mais seguro fazer postagens e tentar desmoralizar com mentiras, calunias com perfis, nomes falsos e desonestidades intelectuais passar para as pessoas que  desconhecem  o Tuchy-Foashy ou a historia das artes márcias no geral, que seus praticantes são alienados, ignorantes ao ponto de não saber diferenciar uma lenda, uma historia fantástica, diferenciar de algo real. 

 

Quem pratica, praticou ou conheceu pessoalmente o treinamento do Tuchy-Foashy, consegue entender essa diferença na pratica, na eficiência de sua forma que tentaremos passar um pouco para aqueles que ainda não viram com seus próprios olhos e tenham sua própria opinião sobre o tuchy Foashy!  




A diferença entre uma história impossível e uma  improvável:

impossível é quando não existe nenhuma  forma de provar que tenha existido.
Improvável é quando algo ou alguém não possui provas materiais exatas, mas de acordo com o resultados evidentes, de acordo com a Historia, relatos da época, pode ser improvável mas não impossível 





Segundo a lenda do Tuchy-Foashy começou aproximadamente há 2500 A.C, no norte da china. Quando ainda não existiam  dinastias e a região  ainda nem sequer era chamada de China. 

Em uma aldeia que era localizada na região norte, existiu um jovem chamado Tuang-Shu, que cansado das invasões dos bárbaros “manchus” alem dos povos nômades e invasores de outros países que faziam fronteira com essa região. 


Tuang-Shu saiu de sua aldeia à procura de uma solução para seu povo cansado dos constantes ataques desses povos que possuíam armas e um exército de centenas de homens. Andando pela floresta, percebeu que na natureza e nos animais teria ensinamentos que nenhum homem poderia lhe ensinar. Essa teoria se firmou quando ele observou um tigre atacando mais de vinte homens  estraçalhando a quase todos, só sobreviveram aqueles que conseguiram fugir. 

Depois de ter presenciado esse fato, Tuang-Shu  sonhou que estava lutando igual a um tigre, atacando os soldados manchus e derrotando todos como o tigre, ele acordou e decidiu treinar na floresta e imitar os animais. Com o passar do tempo, Tuang-shu  começa a desenvolver um estilo incrível e passou seus conhecimentos para sua família e o povo de sua aldeia, onde começaram a se rebelar  contra a tirania dos  bárbaros e saqueadores nômades que constantemente atacavam a região.

  Tuang-shu chamou o seu kung fu de TUCHY-FOASHY, (a tradução exata não sabemos, pois essa pronúncia  provavelmente era de uma língua que não existe mais como várias daquela  região), mas nos foi passado pelo Grão mestre que lhe foi passado pelo seu mestre que o significado é “técnica do corpo e da mente", e a pronuncia mais próxima em chines é mais próximo da língua chinesa atual é, 身心知識


 O Tuchy-Foashy  foi passado de geração para geração até chegar ao Brasil. Em 1975 um oriental chamado Koy Shey-Sheyg Shay comprou um sitio em Tinguá - N.I, onde ensinava  kung- fu de gratuitamente; sua única exigência era que seguissem as regras do treinamento e tivessem força vontade para enfrentar os treinamentos e aprender, pois seu objetivo era formar um Grão-mestre antes de partir. 

Segundo nosso grão mestre, entraram muitos alunos,  mas chegaram a mestre apenas dois. E apenas um chegou a Grão-mestre, que é nosso mestre Marcos Antônio. 


Esse foi o resumo de uma história milenar conhecida por poucos; História ou lenda às vezes a história de um é a lenda de outros.


Um retrato de como seria aparência de Tuang-Shu, desenhado pelo Artista Marcelo Barbosa a pedido do Grão-mestre Marcos Antônio Gomes da Silva. Essa foi uma ilustração, que segundo nosso grão mestre foi a descrição feita pelo seu mestreque por sua vez lhe foi passada por seu mestre e assim por diante.





terça-feira, 24 de abril de 2012


Quais são as influências das artes marcais chinesas na criação das artes marciais japonesas?



                                             O karate


Ilha Okinawa -  A origem do karate se deu quando o rei Sho Hashi, que se tornou rei designando o castelo de Shuri como centro administrativo.

Invadida pelo clã feudal de Satsuma (atual Kyushu) no séc. XVI, perdeu a independência e o porte de armas foi proibido entre seus cidadãos. Para evitar as revoltas, ele proibiu o uso das armas. Este fator fez com que o povo retornasse com ardor para o aprendizado das técnicas  de combate sem armas. A ilha pertencia à China sob a  dinastia ming (1368-1644).

 Devido à sua posição estratégica - entre a Indonésia, Polinésia, China, Coréia e Japão - se tornou um entreposto comercial. 
Relatos antigos apontam comerciantes e representantes Okinawanos nas cortes imperiais da China e do Japão. Historicamente, Okinawa recebeu mais influências culturais da China do que do Japão.

 O karatê é provavelmente uma mistura de uma arte de luta chinesa levada a Okinawa por mercadores e marinheiros da província de Fujian com uma arte própria de Okinawa. Os nativos de Okinawa chamam este estilo de ''te'' (mão).

Em Okinawa a arte nativa  

Os estilos de karatê ou kenpo de Okinawa mais antigos são o ''Shuri-te'', ''Naha-te'' e ''Tomari-te'', assim chamados de acordo com os nomes das três cidades em que eles foram criados.  Nesse tempo os treinos eram secretos e os alunos escolhidos treinavam firmemente. Como as armas eram proibidas, fizeram das mãos e pés armas capazes de substituí-las aprimorando o uso dos joelhos e cotovelos  e a técnica e a velocidade dos estilos chineses. 


Em 1820 Sokon Matsumura fundiu os três estilos e deu o nome de ''shaolin'' (em chinês) ou ''shorin'' (em japonês), que são as diferentes pronúncias dos ideogramas (pequeno e floresta). Entretanto, os próprios estudantes de Matsumura criaram novos estilos adicionando ou subtraindo técnicas ao estilo original. 

Gichin Funakoshi, um estudante de um dos discípulos de Matsumura, chamado Anko Itosu, foi a pessoa que introduziu e popularizou o karatê nas ilhas principais do arquipélago japonês. Originalmente a palavra ''karatê'' era escrita com os ideogramas (Tang e mão) se referindo à dinastia chinesa Tang ou, por extensão, a mão chinesa, refletindo a influência chinesa nesse estilo de luta. Pelos conflitos sino-japonês, os japoneses dão uma origem  pessoal em sua arte, mudando a origem chinesa das formas; para  fugir da origem chinesa, tiraram  o ideograma chinês “dote” para o ideograma “te”, passando de mãos chinesas para mãos vazias.

 Após o ano de 1900 D.C  o Okinawa-te foi reconhecido como meio eficiente de preparo físico e educação sendo então ensinado nas escolas de todo Japão. Os primeiros  mestres de que se tem conhecimento foram Sokon Matsumura e Kanruo Figaona, advindo posteriormenteAnkoh Itosu e  Gichin Funakoshi,  Mabuni, Kyan, motobu,Yahico Ogusuko Chogún e Miyagui. Saindo desses mestres estilos como: Shotokan, shito-ryu, goju-ryu,wado-ryu  e outros estilos originários de Okinawa.

                                 Gichin Funakoshi,
                               (criador do karate shotokan)  




                  Kempo ou Kenpo


   Kenpo (em japonês: 拳法; literalmente. lei do punho) é um termo japonês para artes marciais.

 É a tradução para o termo chinês Quan fa, que significa "caminho do punho" ou "lei do principio do punho"

.É o nome de várias artes marciais japonesas . A palavra Kenpo é um japonês tradução do chinês palavra " Quan fǎ ".

Este termo também é por vezes transliterado como " kempo ", como um resultado da aplicação tradicional Hepburn romanização , mas não a utilização de um mácron para indicar a vogal longa .
A natureza genérica do termo combinado com a sua adoção generalizada, cross-cultural na comunidade das artes marciais levou a muitas definições divergentes.


Quan fa é um termo para estilos de punho aberto chineses. "Shorinji" é a forma japonesa para Shaolin, portanto shorinji kenpo pode ser traduzido por "punhos do templo de Shaolin". Seu criador era japonês, mas aprendeu Wushu na China e o adaptou para o ensino aos japoneses.


Mas Kenpo pode ser o designio de uma arte marcial surgida na China. Kenpo significa "Lei da Palma" ou "Palma de Deus". É uma arte marcial de grande força e destrutividade por usar golpes sempre dignos de muita concentração e força.


Quando o Wushu " kung fu" se espalhou pela China foi dividido em 2 estilos principais, o do Norte e o do Sul. O estilo do Norte era caracterizado por técnicas fortes e retas, enquanto que o do Sul se distinguia pelas técnicas mais circulares e suaves.
As técnicas do Wushu eram valiosamente preservadas em segredo pelas famílias ao longo das gerações.

Durante o XIV século o Kempo é introduzido em Okinawa, ilha situada no Sul do arquipélago do Japão, ganhando cada vez mais popularidade.


O Naha-Te influenciado pelas técnicas mais suaves do Kempo, incluindo o controlo da respiração e Chi  "Ki". Era caracterizado por uma atitude mais defensiva com pegas, projecções e técnicas de chaves. E por fim o Tomari-Te influenciado igualmente pelas técnicas duras e suaves do Kempo.


Naha, Shuri e Tomari eram na época as 3 principais cidades de Okinawa. No final do século XIX o Shuri-Te e Tomari-Te foram fundidos sob o nome de Shorin-Ryu, que ao longo do tempo evoluiu para estilos ligeiramente diferentes. O Naha-Te manteve-se basicamente unificado, vindo mais tarde a ser conhecido como Goju-Ryu.


Começou sua difusão no início do Século XVII, quando duas famílias japonesas (Kumamoto e Nagasaki) trouxeram uma versão do kenpo chinês chamado Chuan Fa, para Kyushu no Japão, que foi mantido somente entre suas famílias e gradualmente modificado durante 200 anos até se tornar o “Kosho Ryu Kempo” ou “Old Pine Tree School”.





                    O Ju-Jitsu ou jiu-jitsu


 O Ju Jutsu é escrito com dois ideogramas, JU () e JUTSU (), cuja pronúncia para o primeiro é entre “ju” e “dju”, o segundo entre “djutsu” e “djitsu”. Quando transcrito em letras romanas, o japonês usa a grafia “Ju Jutsu”. No ocidente existem diferenças na escrita e na fala, conforme a grafia e pronúncia de cada idioma. O mais correto é pronunciar e escrever o JU e JUTSU, pois o JU é o mesmo ideograma usado para escrever JUDÔ, portanto, seria incorreta a escrita e a pronúncia JIU DO.  O ideograma de origem CHINESA  “JU” tem vários significados e interpretações, podendo ser; flexível, suave, maleável ou brando. Sua pronúncia varia conforme a combinação com outro ideograma que o completa e de como é usado em uma frase.

Os ideogramas (chamados kandji) são caracteres que contem em si uma idéia e geralmente podem ser lidos de duas maneiras; a Chinesa (on) e a Japonesa (kun).
O ideograma JU ou NYU na leitura Chinesa, pode também ser lido como “YAWA” na leitura Japonesa e é o mesmo ideograma para escrever JU DÔ e JU JITSU. Yawarakai quer dizer, flexível, suave, maleável, e Yawara Jutsu foi um dos antigos e o último nome da luta, antes de se tornar Ju Jutsu. “JU”.

O significado e a história -“JU”. O significado e a história:
 
 


O “JU” usado em Ju Jutsu aparece no manuscrito Chinês sobre estratégia militar chamado “San Riaku” do período Chou (1122-255 A.C.) e, mais tarde apareceu em trabalhos do destacado estrategista Hwang Kung do período de Han (221-206 A.C.) e depois, passou a ser usado também por Chiang Liang, outro estrategista militar. O significado de “JU” no manuscrito “San Riaku” é baseado no pensamento de Lao Tse (KODOKAN, 1961).

O conceito de Lao-Tse no “I Ching” (o livro das mutações) através do princípio de positivo e negativo da filosofia Chinesa teve uma considerável influência no lutador de Ju Jutsu japonês do período Tokugawa (1600 – 1868). Isto é evidente em documentos de várias escolas.

A escola “Sekiguti”, fundada por Jushin Sekiguti no século XVII, que aperfeiçoou as técnicas de cair sem machucar-se, caracterizou o JU como a combinação da suavidade com a força.
A escola “Shibukawa” manteve o JU significando maleável ou submisso.
A escola “Jikishim” que era voltada mais aos aspectos morais, ensinava que através da prática do combate, o ser humano era levado a um completo domínio do corpo e que “JU” era suavidade com força e força com suavidade, denotando que não é um mero feito de força física, mas sim, uma manifestação de racionalidade.                  
A escola de “Kito” foi fundamentada nos princípios do positivo e negativo da filosofia Chinesa. Isto era refletido em seu nome japonês “KI” (subir) que era a forma positiva, enquanto “TO” (cair) era a forma negativa.

A tradução comum de “JU” como suave é usualmente mal interpretada. As técnicas do Ju Jutsu parecem não ser de todo gentil quando demonstradas com eficiência e velocidade, mas a essência do JU é adaptar-se com flexibilidade e inteligência às manobras estratégicas do adversário. A aplicação correta da força apenas necessária, funcional e específica para o momento, a utilização do desequilíbrio e o uso eficiente e eficaz das alavancas e leis da mecânica, farão com que o praticante através do treinamento, tenha um completo domínio da técnica e de si mesmo. Isto é a essência do “JU”.



-“JUTSU”. O significado e a história: 


O ideograma JUTSU tem origem no “Buguei” ou “Bu Jutsu” (artes guerreiras), e significa; técnica, habilidade, astúcia. O termo Bu Jutsu era utilizado para denotar as técnicas, artes e métodos de combate desenvolvidos e praticados principalmente pelos membros da classe militar, os Bushi, conhecidos como Samurai. Portanto o termo Bu Jutsu identificou até certa época as artes guerreiras do Japão.

Ju Jutsu é traduzido como “técnica/arte suave” ou “técnica/arte flexível”. Jutsu era então, uma palavra comum e foi muito usada na época do Japão Feudal, pois completava os nomes de todas as atividades e artes guerreiras. Todas as formas de Jutsu, isto é, aqueles sistemas de combate cujos nomes incluem o sufixo Jutsu, foram desenvolvidos através do “Bu Jutsu”.


O “Bu Jutsu” foi criado e conservado pelos grupos de organização familiar tradicional e mais tarde, pelas organizações sem linhagem de sangue chamada “Ryuha” (escola, estilo) que foram se ramificando.

Mais de 7 mil “Ryuha” foram catalogados, indicando que existia uma infinidade de métodos de combate no Japão, provavelmente maior do que em qualquer outra nação. Foram desenvolvidas técnicas próprias para utilização de armas como: espadas, lanças, bastões, etc, mas somente o Ju Jutsu não utilizava armas e sim o princípio de que “a flexibilidade pode vencer a força”, que veio a ser o denominador comum de todas as escolas ou estilos de Ju Jutsu.

   Os CHINESES representavam a forma negativa por “IN” significando sombra e a positiva por “YO” significando luz. Então, o princípio da escola de “Kito” era que a sombra podia ser conquistada pela luz e a luz podia ser conquistada pela sombra.
O fundador deste estilo, Likubo Tsunetoshi é considerado um dos primeiros mestres no ensino do Ju Jutsu na era Tokugawa. As técnicas de projeção originárias de formas mais antigas, como o Sumô, eram sua especialidade.

A escola “Tenjin Shinyo” fundada no início do século XIX por Fukuda Hachinosuke era especializada em técnicas com finalizações no solo, através de estrangulamentos, imobilizações e de ataques a pontos vitais.

Essa escola entendia o JU como submisso, o que salientava a necessidade do corpo obedecer a mente e assim, as escolas de Ju Jutsu incorporaram o “JU” na sua arte, porque desejavam acentuar que toda técnica era baseada no princípio do fraco poder dominar o forte. Ratti e Westbrook (1994) destacam a especial importância que tiveram as idéias de Massatomo Isso, um dos seguidores dessa escola. Em relação ao princípio do “Ju” ele diz que os músculos demasiados desenvolvidos e a excessiva dependência da força muscular trazem consigo características de rigidez e lentidão.

Ele então prefere destacar a flexibilidade, como a de uma criança, que lhe parece a característica mais visível de vida e de ação.  Morohashi,T. (1955) (citado por KODOKAN, 1961) refere-se ao ideograma JU como “uma jovem árvore que através de sua flexibilidade não teme que seus galhos se quebrem”.

-ORIGEM E EVOLUÇÃO  DO JU JUTSU (JIU JITSU ).



A criação dessas técnicas utilizadas no ju-jitsu propriamente dita, tem explicação em contos, cujas descrições possuem algumas verdades históricas.  Inúmeros sistemas de luta “corpo a corpo” foram desenvolvidos no Japão.

O mais antigo relato nas crônicas antigas do Japão (Nihon Shoki) escrito no ano 720 A.D mencionando a existência de um estilo de luta denominado, Chikara Kurabe (comparação de força), como um tipo de luta com agarres cujo objetivo era derrubar o adversário. Descreve também, no reinado do imperador Suinin, um combate entre dois lutadores ocorrido em 230 A.C.

Nomi no Sukune, famoso praticante do combate sem armas, derrotou Taema no Kehaya, a quem se atribui a criação das primeiras regras do Sumô, introduzido nos festivais e cerimônias da corte imperial entre 710 – 793 A.D. Naquele tempo as regras de combate eram reduzidas e as lutas poderiam desenvolver-se até a morte de um dos competidores.

Outros documentos datados por volta do ano 1000 A.D. descrevem a mecânica e o espírito combativo de lutas similares no Japão. (KODOKAN, 1961)

 
Na ascensão da casta dos Samurais ao poder no Japão estabelecido em 1185 um longo período de guerras se sucedeu e vários sistemas de luta “corpo a corpo” foram desenvolvidos nessa época. Posturas, movimentos, táticas e técnicas primitivas do Chikara kurabe e do Sumô foram aperfeiçoadas, praticadas e totalmente utilizadas para aumentar a eficiência em combate com e sem armas.

Neste período de guerras entre feudos foi quando as artes guerreiras mais se desenvolveram. Uma das formas de luta praticada entre os guerreiros que mais tarde influenciaram os arremessos no Jiu Jitsu e no Judô, e depois, nos primeiros Kata do Kodokan, foi uma arte de luta denominada “Yoroi Kumi Uti”, um método de agarramento entre guerreiros com armadura. (OTAKI, DRAEGER, 1983).

 Historiadores Japoneses consideram o estilo “Takenouti Ryu” criado por Takenouti Hisamori, como sendo o principal núcleo do Ju Jutsu no Japão. Embora tenha praticado as técnicas de combate com as mãos vazias foi só estabelecer seu estilo (Ryu) por volta de 1530 A.D.

 Takenouti, estimulado também pelas técnicas do Sumô, chamadas na época de “Kumi Utchi” do estilo “Seigo”, adaptou-as com as técnicas de domínio aprendidas com um “Yamabushi” (eremita) e criou um método de combate que veio a ser conhecido como “Kogusoku”. Esse método e outros foram mais tarde classificados sob o nome de Ju Jutsu, que era aplicado para numerosos sistemas de combate armado ou desarmado podendo ser usado contra inimigos armados ou desarmados, tanto na luta em pé como no solo.

Dos muitos sistemas de Ju Jutsu oficialmente documentados e que tiveram seu desenvolvimento no Japão, surgiu um método de ataque a pontos vitais de origem chinesa chamado “Tien-hsueh”, totalmente desconhecido fora da China, tornou-se conhecido no Japão como “Atemi”. Segundo, Mifune (1956), o CHINÊS, Cheng Tsu U, chegou ao Japão em 1659, se instalando em Edo, atual Tokyo e residiu temporariamente no templo Kosuseiji, onde dava palestras e ensinava técnicas de luta denominadas “Ju”. Os Samurais Fukuno Hichirouemon, Isomi Irozaemon e Miura Yojiuemon que também residian no local, foram os que mais se interessaram pelas técnicas e mais tarde seguiram ensinando e criando novos estilos.

Três lendas falam dessas prováveis origens, entre os séculos XIV e XVI:


-A primeira conta que um médico e filósofo japonês, Shirobei-Akyama, estava convencido que a origem dos males humanos seria resultado da má utilização docorpo e do espírito.  Deste modo partiu para estudos de técnicas terapêuticas chinesas, estudou o princípio do taoísmo, acupuntura e algumas técnicas de artes marciais chinesas, que usava as projeções, as luxações e os golpes. Quando Shirobei retornou ao Japão passou a ensinar seus discípulos o que havia assimilado do princípio positivo da filosofia taoísta, tanto na medicina como na luta, ou seja, ao mal ele opunha o mal, a força , a força. No entanto este princípio só se aplicava a  doenças menos complexas como em situações fáceis de lutas, ao enfrentar um oponente mais forte não dava resultados. Assim, seus discípulos o abandonaram e ele perplexo retirou-se para um apequeno templo e por cem dias meditou. Durante este espaço, tudo foi colocado em questão, a filosofia chinesa ying e yang, a acupuntura e por fim todos os métodos de combate, na medida que “opor uma ação a outra ação não é vantajoso a não ser que a minha força seja superior à força adversa”. Certo dia quando passeava no jardim doa templo enquanto nevava, escutava os estalidos dos galhos das cerejeiras que se quebravam sob ao peso da neve. Por outro lado, observou um salgueiro que com o peso da neve curvava os seus ramos até que a neve era depositada no solo e depois retornava a sua posição inicial. Desta observação Shirobei concluiu que ao positivo devia opor-se o seu complemento o negativo, a força devia reagir com flexibilidade.

Com esta observação e reflexão o médico aperfeiçoou o ataque e defesa na luta corpo a corpo e criou centenas de golpe e o seu método foi chamado de YOSHIN-RYU ou Escola do jovem coração espírito do salgueiro. Suas origens remontam ao século XVI.


-A segunda lenda, conta de que em 1650 um bonzo chinês chamado Chen Yung Ping, instalou-se no templo Kokushoji, na região do Edo (Tóquio), e propunhase a ensinar os japoneses, cultos, caligrafia e filosofia chinesa. Naquela época Edo era visitada pelos samurais, os quais eram excelentes guerreiros e entre eles, uma classe mais inferior de samurais chamada de kachis é que mantinha a ordem na cidade, normalmente entregando-se a numerosos combates corpo a corpo. Uma noite quando Chen Yunag voltava após ter ministrado lições para um alto funcionário do Shogun, via-se obrigado a aceitar a escolta de três kachis.  No entanto quando o pequeno grupo atravessa as muralhas da cidade foram atacados por bandidos armados, os kachis rodearam o monge e após uma grande batalha foram desarmados e era necessário lançar-se em um combate corpo a corpo. Foi então que Chen, rápido como um relâmpago atirou-se aos agressores e com habilidade incrível derrubou um bandido, depois o outro e mais outro e estes, surpreendidos correram aterrorizados. Os três samurais cheios de admiração apelo monge reconduziram-lhe ao templo e pediram para que ele confiasse o segredo da sua força. Mas Chen permaneceu em silêncio, chegando ao destino saldou os seus  guardiões e retirou-se.  Os três permaneceram na porta do templo e ali adormeceram e no dia seguinte voltaram a pedir ao monge. O sábio sorriu e disse que a sua arte não era para espíritos simples, mas para aqueles com alma forte. No entanto os kachis insistiam e vendo o entusiasmo destes, Chen decidiu aceitá-los como discípulos.
Por um grande período, no maior segredo, individualmente ele ensinou os kachis, sendo que cada um estudou um método diferente, um especializou-se nas  projeções, o outro nas luxações e estrangulamento e o terceiro em golpes aplicados em pontos vitais
Posteriormente os três saíram divulgando suas técnicas pelo Japão afora.

Outra história versa sobre Takenuchi Hisamori. Na ânsia de se aperfeiçoar retirou-se para um templo perdido nas montanhas, onde se dedicou a estudar a arte. De pé frente a uma arvore concentrava-se e deslocava-se com ligeireza até perto da árvore e a atacava-a com força e rapidez. Ficava horas fazendo uchi-komi, era um exercício físico e mental. Uma tarde, completamente exausto, deixou-se cair e adormeceu, e apareceu um misterioso monge que explicou para Takenuchi que ele deveria reduzir o tamanho do varapau para ganhar rapidez e precisão; mostrou-lhe como se deslocar mais facilmente, aproveitando os erros do adversário e empregando ou um varapau curto ou uma espada pequena e por fim, ensinou-lhe cinco formas de imobilizar o adversário.

Na verdade o cérebro de Takenuchi acabara de sintetizar todos os reflexos acumulados pela experiência e acabou de aplicar o seu saber criando o gokusokuarte de combater sem armaduras. Este achado permitiu desenvolver outras artes marciais, tais como o aiki-jitsu, o tam-bô e outras, e foi de grande influência para o ju-jitsu. 

Esses métodos eram geralmente " mas não  totalmente" restritos à classe guerreira (bushi) e como parte dos sistemas “Ch’uan-fa” (método de batidas com o punho) da China integrou-se com os vários estilos do Bu Jutsu.

Com o passar do tempo, vários métodos de combate como: Wa Jutsu,, Tai Jutsu, Koshi no Mawari, Kogusoku, Kempo, Yoroi Kumiuti e Yawara entraram em contato entre si, sofreram influências, e por volta do ano 1700 A.D. da era Tokugawa no Japão, vieram a formar e denominar Ju Jutsu, o método derivado diretamente do Yawara ou Yawa Jutsu. Yawa é um dos modos de se ler Ju, cujo ideograma é o mesmo usado para escrever Judô e Ju Jutsu .

O maior desenvolvimento do JIU JITSU se estendeu do século XVII ao XIX como um método de luta eficiente e sem limites. Portanto pelos fatos históricos a origem do JU JUTSU (JIU JITSU) vem de várias formas de lutas orientais/ocidentais primitivas e sistematizadas com características de ataque e defesa.
Desenvolvido a partir do Bu Jutsu, foi praticado pelos guerreiros japoneses, os samurais, seus mais diretos e perfeitos cultores e como, exímios lutadores, vieram a ser os que mais contribuíram na formação do JU JUTSU como técnica de luta completa.  Regras e normas apareceram mais tarde como uma forma de evitar que os praticantes viessem a sofrer ferimentos graves. Em seguida, veio servir como base de dois métodos de luta japoneses, o Judô e o Aikido, cujos criadores, respectivamente, Prof. Jigoro Kano e Prof. Morihei Ueshiba, ex - praticantes de diferentes estilos de Ju Jutsu e Aiki Jutsu, criaram um método de educação física com objetivos educacionais em busca do aperfeiçoamento humano, evoluindo do Bu Jutsu (artes guerreiras) para o Budo (artes guerreiras com princípios educativos) (COURTINE, 1977).


-JIGORO KANO E A CRIAÇÃO DO JUDÔ


 Nasceu em 28 de outubro de 1860 (muitas controvérsias em função desta data) em Mikage, no distrito de Hyogo – Japão, era o terceiro filho de Jirosaku Maresiba Kano, intendente naval do Shugunat Tokugawa.  De saúde delicada, o jovem Jigoro Kano media apenas 1,50 metro, pesando apenas uns escassos 48 quilos, porém, compensava seu pequeno porte físico com tenacidade impar, coragem invulgar e, sobretudo, vontade férrea e inteligência brilhante. 

Aos 16 anos, decidiu fortificar seu corpo, praticando a ginástica, o remo e o basebol. Mas estes desportos eram demasiado violentos para a sua débilconstituição. 
Além disso, nas brigas entre estudantes, Kano era sistematicamente vencido.  Ferido na sua qualidade de filho de um samurai decidiu estudar o ju-jitsu.  O seu primeiro professor foi Hachinosuke Fukuda, da Escola Tenjin-Shinyo-Ryu 天神真杨流 (1877). Sob a direção deste mestre, Kano iniciou-se nos mistérios do ju-jitsu da Escola "escola salgueiro da divina verdade"

Em 1879, com a idade de 82 anos, Fukuda morre e Kano herdou os seus arquivos. Tornou-se seguidamente aluno do Mestre Iso, um sexagenário que possuía segredos de uma escola derivando igualmente de TenjinShingo. Jigoro Kano treina-se, enquanto prossegue seus estudos e torna-se em breve vice-presidente da escola. Infelizmente, Iso morreu muito cedo e o nosso jovem encontra-se novamente sem mestre.  Devorou todos os livros e documentos, mais um bom professor era-lhe indispensável. Foi então que encontrou mestre  Iikugo, que lhe ensinou a técnica da escola Kito na qual aprendeu o combate com armadura. Pouco a pouco Jigoro Kano foi analisando e sintetizando os conteúdos absorvidos nas diversas escolas, criando um sistema próprio de disciplina, continuando, no entanto, a treinar-se com mestre Iikugo até 1885

 Em fevereiro de 1882, com a idade de 22 anos, instalou-se no pequeno templo budista de Eishosi, da seita Jôdo      (Terra Pura). A seita jôdo faz parte do movimento ou veículo Mahayana  (caminho para Muitos)  dentro do Budismo, (No Mahayana, o Buda é visto como o ser definitivo, mais elevado, presente em todos os tempos, em todos os seres, e em todos os lugares, e são particularmente devocionais para os padrões budistas).
Talvez por isso mesmo são também das mais numerosas em adeptos.  É neste templo, berço do Judô, que Jigoro Kano instala o seu primeiro dojô. 
Vivendo nas dependências do templo com alguns alunos e uma velha criada, dedicou-se pacientemente a elaborar um novo método, um sistema de educação física e formação de caráter, baseado no ju-jitsu. Mas, por outro lado, o ju-jitsu possuía, a par de muitas qualidades, enormes defeitos.

Era preciso podá-los e organizar, simultaneamente, um método de treino similar ao de certos desportos ocidentais.

Kano fez a síntese das melhores técnicas, escolheu os golpes mais eficazes e os mais racionais; eliminou as práticas perigosas e incompatíveis com o fim elevado que visava. Aperfeiçoou a maneira de cair e inventou o principio das quedas de amortecimento. Criou uma vestimenta especial de treino (judogui), pois o antigo traje do ju-jitsukas provocava freqüentemente ferimentos. Dedicou-se particularmente aos métodos de projeção, aperfeiçoando vários de sua autoria.

O ju-jitsu era uma prática guerreira baseada nos pricipios da flexibilidade pode vencer a força. Kano pensou que a sua nova arte devia ter outro nome, pois o fim visado era completamente diferente.  O seu anseio era descobrir uma autêntica forma de viver, baseada na racional utilização da energia humana e, chamou esta nova ciência de JUDÔ.
 

 As primeiras referências que encontramos quanto à introdução do Judô /Jiu Jitsu no Brasil, data de 18 /12 /1915, quando aqui chegou um grupo de lutadores chefiados por Mitsuo Maeda conhecido como Conde Koma. Desse grupo faziam parte ainda: Soishiro Satake, Okura, Shimitsu, e Raku todos lutadores que desde 1906 tinham partido do Japão com o objetivo de demonstrar e propagar o Judô / Jiu Jitsu pelo mundo. 

Maeda era formado pela Universidade Waseda de Tokyo, uma das precursoras do Judô entre as Universidades no Japão, assim como, Kawaishi que organizou o Judô/Jiu Jitsu na França.

Eram todos exímios lutadores tanto na luta em pé como no solo, pois nos antigos estilos de Jiu Jitsu eram desenvolvidas técnicas completas de ataque e defesa, ataques traumáticos a pontos vitais (atemi waza), arremessos (nague waza), estrangulamentos e chaves de braços, joelhos e pés. 
Nessa época confundiam-se ainda os nomes dessa modalidade de luta. 

 Apesar da formulação técnica do Judô já ter sido realizada em 1887 e completada pedagogicamente em 1890, sua difusão internacional caminhava a passos lentos.
 No Brasil o vocábulo Ju Jutsu (Jiu Jitsu) continuava sendo utilizado, ao invés do termo Judô, até os anos 40, e muitas vezes o Judô era chamado de “moderno Jiu Jitsu” conforme o nome de uma revista publicada na época, “Revista de Judô” e embaixo entre parêntesis (moderno Jiu Jitsu).


A ocupação Americana no Japão depois da segunda Guerra, Artes Marciais são PROIBIDAS, Kodokan e demais são fechadas, só mais tarde, com muito choro e protesto dos japoneses, é que foi liberado o ensino novamente, mas com UMA CONDIÇÃO, só será ENSINADO ARTES MARCIAS NO JAPÃO NA FORMA DE DESPORTO.
 


Esse é o primeiro prego do caixão do Judô como luta marcial...Federação Internacional de Judô, monopoliza a arte e cria regras absurdas como a restrição da luta de solo, em 1962 são criadas uma série de regras que acabaram com o Judô como luta, daí pra frente só absurdo, a última foi o banimento das catadas de pernas, alegando não fazer parte do Judô tradicional, esqueceram que no Nage no Kata existe catada de perna, emfim, um absurdo...daqui a pouco vão retirar as técnicas de chave de braço e estrangulamentos...Sendo assim Jigoro Kano, em 1882 ele criou a sua escola chamada Kodokan  (Instituto do Caminho da Fraternidade), 講道館
"Ko" significa fraternidade, irmandade; 
"Do" significa caminho, via; 
"Kan" instituto, onde começou a difundir a sua arte chamada Judô. Jigoro Kano disciplinou e definiu os objetivos da nova luta esportiva.

Referências:

BORGES, O. A. Estudo sobre a eficácia do “Kumi Kata” em lutas de Judô. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, 1989.

BORGES, O. A. Dados de Pesquisa, International Budo University, Katsuura,Chiba, Japão 1986.

DRAEGER, D. F. Asian Fighting Arts. Kodansha International Ltda. Tokyo, 1969.

DRAEGER, D. F. Classical Bu Jutsu. Weatherhill, New York, 1973.

Frédéric, L. Le Japon: dictionnaire et civilization. Editions Robert Laffont s/a. Paris, 1996.

I.J.J.F. International Ju Jitsu Federation. Catalogue, Paris, 1994.

Kodokan Judo by the Kodokan. Nunoi Shobo Co. Ltd. Osaka, Japan, 1961.

Mifune, K. Canon of Judo - Principle and technique. Seibundo - Shinkosha Publishing Co. Ltd. Tokyo, 1961.

OTAKI, T., Draeger.D.F. Judo Formal techniques. Charles E. Tuttle Company, Inc. of Rutland, Vermont & Tokyo, Japan, 1983.

RATTI, O., WESTBROOK, A. Los secretos del Samurai. Las artes marciales en el Japon Feudal. Alianza Deporte Madrid. 1994.

REIDH, H. & Croucher, M. The way of warrior: The paradox of the marcial arts, Century Publishing Co. Ltd. 1983.

THOMAS, J. R.; NELSON, J. K. Métodos de pesquisa em atividade física. Porto Alegre: Artmed, 2002.
VILLAMÓN, M. Introducción al Judo. Editorial Hispano Europea S.A.: Barcelona, 1999.
http://www.efdeportes.com/fd156/ju-jutsu-ju-jitsu-ou-jiu-jitsu.htm






                                   



                             A katana

Katana  em japonês significa simplesmente “espada”. Acredita-se que sua origem tenha sido a espada  chinesa. Construída de forma artesanal, a Katana sofreu diversas alterações ao longo da história do Japão, por isso seu nome varia de acordo com o período ao qual pertence: Jokoto, Koto (espada antiga), Shinto (espada nova) e Gendaito (espada moderna). Esta última é na verdade uma imitação da espada tradicional, usada hoje para cerimoniais, pois, apesar de ter a aparência de uma espada tradicional, não é fabricada artesanalmente. A Katana hoje é um símbolo da cultura japonesa, um verdadeiro tesouro vivo, o que explica as leis que a protegem naquele país. Não é mais uma arma, mas um valioso objeto de arte que atrai pessoas do mundo inteiro e continuará a exercer o seu fascínio por muito tempo.
 No século 14 um ferreiro chamado Masamune desenvolveu uma técnica de fabricação de estruturas duras e flexíveis de aço para ser usada em espadas. Surgia a poderosa Katana, a espada Samurai, considerada até hoje uma das mais perfeitas espadas do mundo. O Samurai utilizava diversas armas, mas a Katana era a arma que era sinônimo de samurai. O Bushido ensinava que a Katana era a alma do Samurai. Eles acreditavam que a Katana era tão valiosa que muitas vezes lhe davam um nome e a consideravam como parte de suas vidas.
   A criação da espada chinesa que deu origem a katana tem registro desde a Dinastia  Chin (221-206 a.C.), ela foi a fusão da espada reta (precisa para atacar pontos vitais como jugular, polegar e olho; era rápida mas quebrava facilmente na batalha) com o Dao, que é um facão (era largo e pesado; resistente no campo de batalha mas não cortava com muita precisão). Essa espada foi a junção de força e agilidade, ela consegue furar, cortar, bloquear e atacar transformando o guerreiro e a espada em um só.


    Espadas chinesas  


                                                                       Espadas chinesas e coreanas

segunda-feira, 23 de abril de 2012



    Uma breve historia da origem japonesa.



    O Japão é um arquipélago. Está localizado ao longo da costa oriental do continente asiático, formado por 4 ilhas principais: Hokkaidou, Honshuu, Shikoku e Kyuushuu, além de milhares de pequenas ilhas. A maior ilha é a Honshuu, onde fica a atual capital, Tóquio

Tanto o descobrimento do Japão quanto a origem do povo japonês são obscuros.
  Segundo os arqueólogos, os primitivos habitantes das ilhas foram povos vindos de várias partes da Ásia Oriental e das ilhas dos Mares do Sul.

  Acredita-se que os ancestrais do povo japonês pertenciam a um grupo étnico, atualmente conhecido como a raça Yamato, que teria gradualmente conquistado a supremacia sobre as tribos e clãs guerreiros, durante os primeiros três ou quatro séculos A.C..

A cultura foi introduzida no Japão, juntamente com a religião budista. O budismo veio da Índia para o Japão, através da China e da Coréia no ano de 538. Iniciaram-se então, contatos diretos entre o Japão e a China.

 Nessa época, o Japão tinha a sua linguagem oral, mas ainda não tinha seus próprios caracteres e então aplicava-se caracteres chineses que são os kanjis. Mais tarde, foram inventados vários vocábulos pelos japoneses, baseando-se nos kanjis. Quando em fins do século VIII, houve a interrupção das relações com a China, foram adotados os caracteres Kanâ, simplificando o kanji.

   Atualmente usa-se uma mistura desses dois caracteres na linguagem escrita. Por isso os japoneses e chineses conseguem se entender através da escrita, apesar de suas linguagens orais serem completamente distintas uma da outra.

  O Japão sofreu uma grande influência da civilização ocidental desde a introdução do Cristianismo em 1549, pelo missionário português São Francisco Xavier.

Por essa razão, há muitas palavras de origem ocidental tais como: PAN - pão, KOPPU  -  copo, BOTAN - botão, ARUBAMU - álbum, TEMPURA - tempêro, ARIGATOO -  obrigado, etc.

A era Meiji, que durou de 1868 a 1912, representou um dos períodos mais notáveis da história do Japão, pois realizou-se em apenas algumas décadas o que levou séculos para se desenvolver no Ocidente. O imperador Meiji, cujo governo ilustrado e construtivo ajudou a conduzir a nação durante as décadas dinâmicas de transformação, morreu em 1912, antes da eclosão da Primeira Guerra Mundial. No final dessa guerra, na qual o Japão entrou sob as cláusulas da Aliança Anglo-Japonesa de 1902, o país foi reconhecido como uma das grandes potências do mundo.

    Em agosto de 1945, o Japão exausto pela Segunda Guerra Mundial, aceitou os termos de rendição das forças aliadas, e por decreto imperial o povo depôs as armas. O Japão foi colocado sob controle dos aliados, em especial dos americanos, por mais de 6 anos após a rendição.

Foram realizadas várias reformas políticas e sociais pelas autoridades de ocupação, comandadas pelo general Douglas MacArthur. A terra cultivável foi redistribuída aos antigos arrendatários. Assegurou-se aos trabalhadores o direito de organizar sindicatos. Foram garantidas a liberdade de opinião e de religião, promulgando uma nova constituição liberal. A partir daí, em vista do crescente poder nacional do Japão e das expectativas cada vez maiores de outros países quanto a seu papel internacional, o governo tem adotado uma atitude positiva para com o alargamento da contribuição do Japão à comunidade mundial.

  A cada instante, o Japão moderno vai se ocidentalizando na aparência: músicas populares americanizadas, muitas palavras inglesas incorporadas no linguajar moderno, jovens com cabelos pintados ou à moda afro, alimentando-se de "hot dogs", "cheese burges" e batatas fritas. Entretanto, no âmago de cada japonês está depositado toda a tradição milenar do Japão: o espírito de samurai, o patriotismo tal como aconteceu no Brasil em 1945 com um grupo de japoneses, os "shindorenmeis" que não querendo acreditar ou aceitar a derrota do Japão, perseguiam os japoneses residentes no Brasil, cujos pescoços eram decapitados ao afirmarem o contrário. Há também no subconsciente de cada japonês, o ato de se dedicar de corpo e alma à empresa onde a pessoa trabalha para que a mesma cresça, ao mesmo tempo em que o seu país progride. Ser honesto para não desonrar a sua família. Ainda hoje, a desonra é uma catástrofe dentro da família e perante a sociedade. Toda essa gama de respeito aos terceiros e amor à pátria vêm da nomenclatura da língua japonesa onde se exige gramaticalmente as expressões honoríficas e humildes até o presente momento.

 Os laços de amizade entre o Brasil e o Japão que começou em 1908 com a chegada do primeiro navio, "Kasato-Maru", trazendo imigrantes japoneses, tendem a crescer cada vez mais, unindo os brasileiros natos e os descendentes de japoneses que já estão na quinta geração, mas com o mesmo espírito dos seus ancestrais.

   O Japão está situado exatamente do outro lado do mundo. Pegando-se um avião no Rio de Janeiro, com destino a Tóquio, fazendo escala em Los Ângeles, gasta-se 24 horas de viagem: entre o Rio e Los Ângeles são 12 horas e de Los Ângeles à Tóquio, mais 12 horas.

  A população atual do Japão ultrapassa os 120 milhões de habitantes. Cerca de 70% dos japoneses vivem nas cidades. Deste total, 58% aglomeram-se nas quatro grandes metrópoles: Tóquio, Nagoya, Oosaka e Kita-Kyuushuu.
















sábado, 21 de abril de 2012

Qual o significado do termo SHAOLIN?

      O termo "shaolin" já era utilizado provavelmente há centenas de anos, antes da criação do templo shaolin. Não se sabe ao certo  quando foi criado, mas sabemos que significa Jovem Floresta; esse termo era usado pelos mestres para ensinar aos discípulos que seu corpo tem que ser igual a uma jovem floresta: forte e flexível.

 Era uma maneira de ensinar que o corpo tem que trabalhar em conjunto, seus movimentos podem ser ágeis e precisos (flexível), e ao mesmo tempo potentes (forte). Certamente os monges shaolin utilizavam esse termo antes do incêndio que devastou as florestas ao redor do templo.


 Bodhidharma foi o criador Wushu chinês?  


   Quase mil anos depois da morte de Buda, "segundo uma das lendas"  entre ( 502-556 A.D,) um monge budista chamado Bodhidharma (também conhecido como "Ta Mo" em chinês ou " Daruma Taishi" em japonês), que era filho do Rei Sughanda e portanto, príncipe, aprendeu o Vajramushti de um velho mestre chamado, Prajnatara.

   Em viagem à China a convite do Imperador, Lin Wu Ti,
(da Dinastia Liang )que era um admirador do Budismo, porém, seguidor de uma linha nova no Budismo com características ritualísticas e salvacionistas, contrárias às de Bodhidharma, que pregava a meditação e a busca interior. Dirigiu-se então ao vizinho reinado de Wei e hospedou-se no Templo Shaolin (Shorinji em japonês).

  Valorizando o Vajramushti como auxiliar do homem em sua pesquisa interior, os monges budistas se desenvolveram enormemente nesta Arte Marcial e o Templo Shaolin ficou mais famoso como centro de Artes Marciais do que de budismo, efetivamente. O Vajramushti era, no Templo Shaolin, ensinado em segredo, devido ao seu poder como Arte Marcial, e as técnicas somente eram ensinadas às pessoas que entendessem o conhecimento de seu verdadeiro significado.

   Com o tempo ocorreu uma cisão nos propósitos do Templo. Conhecimentos de Vajramushti adicionados ao Kung-Fu antigo, originado dos tempos de Huang-Ti,
"Os primeiros registros infiéis de Kung Fu foram encontrados em ossos e cascos de jabutis da Dinastia Shang (1766 - 1122 a.C.), embora acredita-se que o Kung Fu se desenvolveu muito antes disso. Machados de pedra, facas e flechas foram desenterrados do período da China em recentes escavações. Na verdade, Huang-Ti, o terceiro dos Três Imperadores de Verão, embora alguns o considerem o primeiro imperador da China. 
 Usava espadas de cobre para o combate."
  Então foi ensinado ao povo com nome de Wu-shu Shaolin, com o objetivo de se defenderem do domínio dos oficiais corruptos do governo Manchu. 

  Mas entre os monges Shaolin mantinha-se preservado o verdadeiro Vajramushti, que como recurso à meditação e ao desenvolvimento do espírito passou a ser chamado em chinês, "Ch'an Tao Chuan" ou (A arte dos punhos no caminho da meditação).

   Então podemos divergir que o Vajramushti Não teve influencia na criação das artes marciais chinesas já que quando Bodhidharma trouxe o Vajramushti para o templo shaolin supostamente em
 502-556 A.D, o Wushu chines já existia há seculos.

templo shaolin